segunda-feira, 17 de novembro de 2008

NATAL...


Somos lembrados que está a chegar o Natal, é daquelas coisas que por mais que se queira não se consegue fugir...mas este ano algo está diferente, há menos luz, há menos enfeites, menos pompa também. Gosto mais da pouca luz, do brilho que a escuridão nos pode trazer. Acalma-me.

Tenho desde há muito uma relação dúbia, para não dizer estranha com estas festividades, simplesmente porque as acho ridiculas. E não, não é uma adolescente que está a querer chamar a atenção, "tipo eu sou rebelde não gosto do Natal"...sorri agora...não gosto por muitos motivos e fico mesmo triste ao vê-lo a aproximar-se.

Já sei de antemão que dias tristes, mórbidos, sem nexo se aproximam...dias em que tudo está fechado, nunca há uma porcaria de um café de jeito para se ir fumar um cigarro, dias frios repletos de pi-pis nos telemóveis e as mesmas tretas de sempre escritas "Feliz Natal...Este ano o Pai Natal...", as pessoas em casa a apanharem fretes descomunais porque não querem saber o que aconteceu durante uma ano ao familiar mais próximo já que a vida é tão agitada, mas tão agitada que durante o ano é muito complicado encontrarem-se...tem-se sempre muito que fazer, a comerem coisas que vão justificar todas as más disposições do dia seguinte, os tais exageros permitidos só porque é Natal.

Exibem-se boas roupas não vá a família pensar que estamos na penúria e dão-se prendas simbólicas, porque o Natal é o espírito, é a alma, ninguém está interessado em receber prendas, o que interessa são as boas intenções e de "boas intenções está o Inferno cheio!".

Não sou hipócrita e vou ser sincera, é chocante talvez, não sei...não tenho nada a dizer a nenhum familiar meu, não estou propriamente dito interessada em ouvir o que têm feito, que projectos têm conseguido...não gosto da ementa...por isso também não é isso que me vai fazer unir a uma família...mais...

Quero que os meus pais e o meu irmão, vá...e mais algumas pessoas estejam bem nesse dia e em todos os outros, que sorriam muito, que sejam felizes, mas felizes de coração, que sejam fortes para enfrentar esta vida, dura quando menos esperamos, quero ver aquelas cabeças erguidas!Naquele dia, hoje, amanhã...para sempre, que para sempre vivam comigo.

Não, não quero mensagens, nem cartõezinhos...de qualquer das formas não responderei, não posso abrir precedentes...

Quero muitas prendas!!!!!!!!!!!!!!!!Ai se eu pudesse..........sabia pormenorizadamente o que dar e a quem! Daquelas prendas em que nos questionamos por dentro "isto é para mim?" Quero dar prendas, prendas que eu goste, surpresas que me façam feliz...afinal o que é isso do simbólico quando pode não o ser?

E quero poder fazer feliz a pessoa maravilhosa que entrou na minha vida. Penso já há muito vir na minha direcção. Não há outra explicação.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

No dia ... na(o) ... o ... do LIVRO - PÁGINAS LENTAS




Um Blog a visitar...
Uma pequena caixinha de surpresas....

O LIVRO

que se vai saborear lentamente

CONVERSAS AQUI E ALI




Olhas-me nos olhos e lês na escuridão, lês-me, mais do que pensamentos sentimentos vivos que já deviam ter morrido.


Saboreiam-se lágrimas perdidas no tempo, em que eu penso que mais tarde vou compreender e ter pena de não ver a preto em branco.


Há pessoas que nascem assim, pessoas que nascem para um fim. Talvez seja mais cómodo sofrer, talvez seja mais fácil estar triste, talvez seja um vicio, uma necessidade para justificar uma tristeza ainda maior.


É triste saber o que se tem de fazer e não conseguir, não saber como. É como se estivesse no mar, consigo nadar, não consigo chegar à costa, chego perto...ainda consigo tocar na areia, mas depois vem uma onda mais forte e leva-me novamente.


Gosto de estar no mar, tenho forças para o enfrentar...já não estaria nele se assim não fosse estou certa, mas dói...as pernas estão cansadas, os braços também e os movimentos começam a ser mais lentos, menos certeiros pelo desgaste.


A alma está por todo o mar e às vezes é verdade aguenta-se nele, não procura a costa, às vezes até se afasta...até se esquece do fim último.


Fraquejo, culpo-me e vou culpabilizar-me para o resto da vida...não adianta ouvir o contrário ou num momento de lucidez que se pode prolongar com sorrisos ser racional e pensar que não tenho a culpa, a culpa de carregar fardos que não são meus, pensamentos que me assolam e não consolam apenas consomem e corroiem, actos quase que primitivos...actos mentais...que desaparecem com pouco, aparecem com menos ainda.


É um vai e vem, é uma onda gigante que me enrola, é uma nuvem que teima em fazer sombra, tantas sombras, é um não sei o quê, não sei porquê...é às vezes, é de vez em quando.


Nua. Sinto-me nua e com medo de não conseguir vestir pelo menos as pequenas peças que vejo, mas nem sempre as alcanço.


São bonitas, mas a roupa tem de ser vestida...como em tudo na vida até a nudez tem um tempo certo.


Obrigada. Sábias palavras. Certeiros olhares. Mas quero a festa.