segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

CÉU


Nos últimos tempos as palavras parecem-me escassas para a minha vida, para colocar no papel o tanto que percorre a minha mente, gostava de poder simplesmente mandar imprimir...

Confesso que não apenas escassas, mas também secretas...há tanta coisa que me parece não poder ser dito a não ser a ti...tanta coisa que parece ter de ficar entre nós até...até ao dia em que vai ser impossível ficar apenas entre nós, vai-se ver e a imagem vai ser linda. Digna de um quadro, que perpetue a harmoniosa junção dos nossos egos. Nem sempre virados para o mesmo lado mas sempre a correr na mesma direcção, o fim último é sempre o mesmo. É nosso.

A estes pensamentos juntam-se outros tantos "se". Que eu quero que se concretizem, quero começar a derramar tinta a sério no papel, quero adquirir a serenidade de colocar uma máquina de roupa para lavar, a maturidade de poder falar sem me abalar, abalando meio mundo!

Há sempre tanta coisa que fica por dizer naquele momento. Mas para mim é preciso apenas outro momento, aquele já lá vai...é tão lindo ver-se justiça ser feita de maneiras acrobáticas que nos fazem rir porque nunca tinhamos pensado naquilo, não daquela maneira.

Aleijei-me outra vez, ferida pequena, sarada pela insanidade envolvida. Aprendi. Espero aleijar-me mais. Mais forte fico, mais sei quem pelo menos não sou, quem sou...não quero saber, não faço nada para...mas quem não sou e não serei eu sei! Sabe bem!

Entre muitas outras coisas, porque há coisas que literalmente me caiem do céu, ando a olhar. E ando a adorar olhar mesmo que a podridão seja muita, tenho beleza tão perto.

Alguém que não se esquece de me lembrar para eu não me esquecer de mim. Lindo! Grande!

O céu não está nada cinzento, tem cor, tem vida, tem planos. Está digno de uma foto!

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

PÁGINAS LENTAS

E foi assim que aconteceu no dia 6 de Dezembro na FNAC. É a prova que basta as pessoas quererem para as coisas serem possíveis. A nobreza de sentimentos é linda...

Sinto-me realmente feliz por ter contribuído para a causa Guilherme, não apenas eu como todos os meus caros colegas escritores. Muito obrigada a eles também.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

NATAL...


Somos lembrados que está a chegar o Natal, é daquelas coisas que por mais que se queira não se consegue fugir...mas este ano algo está diferente, há menos luz, há menos enfeites, menos pompa também. Gosto mais da pouca luz, do brilho que a escuridão nos pode trazer. Acalma-me.

Tenho desde há muito uma relação dúbia, para não dizer estranha com estas festividades, simplesmente porque as acho ridiculas. E não, não é uma adolescente que está a querer chamar a atenção, "tipo eu sou rebelde não gosto do Natal"...sorri agora...não gosto por muitos motivos e fico mesmo triste ao vê-lo a aproximar-se.

Já sei de antemão que dias tristes, mórbidos, sem nexo se aproximam...dias em que tudo está fechado, nunca há uma porcaria de um café de jeito para se ir fumar um cigarro, dias frios repletos de pi-pis nos telemóveis e as mesmas tretas de sempre escritas "Feliz Natal...Este ano o Pai Natal...", as pessoas em casa a apanharem fretes descomunais porque não querem saber o que aconteceu durante uma ano ao familiar mais próximo já que a vida é tão agitada, mas tão agitada que durante o ano é muito complicado encontrarem-se...tem-se sempre muito que fazer, a comerem coisas que vão justificar todas as más disposições do dia seguinte, os tais exageros permitidos só porque é Natal.

Exibem-se boas roupas não vá a família pensar que estamos na penúria e dão-se prendas simbólicas, porque o Natal é o espírito, é a alma, ninguém está interessado em receber prendas, o que interessa são as boas intenções e de "boas intenções está o Inferno cheio!".

Não sou hipócrita e vou ser sincera, é chocante talvez, não sei...não tenho nada a dizer a nenhum familiar meu, não estou propriamente dito interessada em ouvir o que têm feito, que projectos têm conseguido...não gosto da ementa...por isso também não é isso que me vai fazer unir a uma família...mais...

Quero que os meus pais e o meu irmão, vá...e mais algumas pessoas estejam bem nesse dia e em todos os outros, que sorriam muito, que sejam felizes, mas felizes de coração, que sejam fortes para enfrentar esta vida, dura quando menos esperamos, quero ver aquelas cabeças erguidas!Naquele dia, hoje, amanhã...para sempre, que para sempre vivam comigo.

Não, não quero mensagens, nem cartõezinhos...de qualquer das formas não responderei, não posso abrir precedentes...

Quero muitas prendas!!!!!!!!!!!!!!!!Ai se eu pudesse..........sabia pormenorizadamente o que dar e a quem! Daquelas prendas em que nos questionamos por dentro "isto é para mim?" Quero dar prendas, prendas que eu goste, surpresas que me façam feliz...afinal o que é isso do simbólico quando pode não o ser?

E quero poder fazer feliz a pessoa maravilhosa que entrou na minha vida. Penso já há muito vir na minha direcção. Não há outra explicação.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

No dia ... na(o) ... o ... do LIVRO - PÁGINAS LENTAS




Um Blog a visitar...
Uma pequena caixinha de surpresas....

O LIVRO

que se vai saborear lentamente

CONVERSAS AQUI E ALI




Olhas-me nos olhos e lês na escuridão, lês-me, mais do que pensamentos sentimentos vivos que já deviam ter morrido.


Saboreiam-se lágrimas perdidas no tempo, em que eu penso que mais tarde vou compreender e ter pena de não ver a preto em branco.


Há pessoas que nascem assim, pessoas que nascem para um fim. Talvez seja mais cómodo sofrer, talvez seja mais fácil estar triste, talvez seja um vicio, uma necessidade para justificar uma tristeza ainda maior.


É triste saber o que se tem de fazer e não conseguir, não saber como. É como se estivesse no mar, consigo nadar, não consigo chegar à costa, chego perto...ainda consigo tocar na areia, mas depois vem uma onda mais forte e leva-me novamente.


Gosto de estar no mar, tenho forças para o enfrentar...já não estaria nele se assim não fosse estou certa, mas dói...as pernas estão cansadas, os braços também e os movimentos começam a ser mais lentos, menos certeiros pelo desgaste.


A alma está por todo o mar e às vezes é verdade aguenta-se nele, não procura a costa, às vezes até se afasta...até se esquece do fim último.


Fraquejo, culpo-me e vou culpabilizar-me para o resto da vida...não adianta ouvir o contrário ou num momento de lucidez que se pode prolongar com sorrisos ser racional e pensar que não tenho a culpa, a culpa de carregar fardos que não são meus, pensamentos que me assolam e não consolam apenas consomem e corroiem, actos quase que primitivos...actos mentais...que desaparecem com pouco, aparecem com menos ainda.


É um vai e vem, é uma onda gigante que me enrola, é uma nuvem que teima em fazer sombra, tantas sombras, é um não sei o quê, não sei porquê...é às vezes, é de vez em quando.


Nua. Sinto-me nua e com medo de não conseguir vestir pelo menos as pequenas peças que vejo, mas nem sempre as alcanço.


São bonitas, mas a roupa tem de ser vestida...como em tudo na vida até a nudez tem um tempo certo.


Obrigada. Sábias palavras. Certeiros olhares. Mas quero a festa.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

6 de OUTUBRO de 1981





E foi assim...e é sempre assim...
Tu ali ao lado, sorrisos cumplices de uma simplicidade que rasga a inocência de sentimentos.
Sentimentos sem porquê, lindos, partilhados em nós e por nós numa euforia calma, num não fugaz momento.
Fazer de tudo para demorar, demoramos para podermos morar quase que eternamente naquele espaço nosso e só nosso, antes, depois e para sempre.

Pensei que ía ficar triste uma vida inteira e tu disseste-me sorrateiramente que não!
Roubaste-me um beijo e perguntaste-me pelos outros, fizeste-me sorrir!
Chamaste-me e chamas-me de tola...não o dizes, a expressão facial fá-lo por ti e aqueces o meu coração.
Esvazias a minha cabeça de pensamentos maus com um sorriso e um acender de cigarro matreiro, a covinha está lá.
Danças frenéticamente ao som de letras que vais cantando com a energia do mundo e fazes-me acreditar.
Tu fazes-me ACREDITAR...na simplicidade simplesmente simples, simplesmente tua, agora nossa.
Estás no meu coração espreguiçado eu estou no teu, é para onde apontas quando vamos dormir e quando me dizes um "até já" para que eu não sinta saudades.
Saudades do nosso lugar.

Sabes que mais? Vivo uma vida "loca"!!!! Por TI, por MIM, por NÓS!
Vamos viver mais...MUITO MAIS!

BYTUABA :)

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

CANDY


Candy...é apenas um instrumento, não há guitarra, não há bateria, não há baixo, não há vozes, nem aqueles pequenos trovões é mesmo um todo, a plenitude que procuramos na vida...

Esta é uma música que me escolhe por inteiro e não ao contrário... Ao contrário do que costumo fazer, escolher um instrumento e dançá-lo até ao fim, esta música escolhe-me e tudo abana!

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

MUSIC


Uma tarde suada
Direcções sem fim
Rumos infinitos
Longe do perto
Perto do longe
Individuais não
Vamos falar
Talvez se possam juntar
Suspiros de cansaço
E a lua lá fora
Esperando o nosso presente
Arriscamos e na estrada vamos
Mil visões
Mil antevisões
O barulho do carro
O silêncio das ruas
São assim os dias em que as noites nos aquecem a alma
São assim os dias que ansiamos sem ansiar
São assim os dias que esperamos com calma
São assim os dias que nos fazem viajar
Uma ideia que brilha
Uma luz que seguimos
Um lugar sossegado
Uma paz bela
Uma beleza pura e sem horas
Horas num lugar
Intermináveis mas que terminam
Momentos soltos
Um cigarro a queimar
A luz movimentada da televisão
O calor que nos aquece
As voltas que damos
Enrolados em pensamentos
Tentativas quase furadas
Soltas gargalhadas
Perdidos objectos
Vagueiam no escuro
Rimos do tudo
Rimos de nada
Rimos de nervos
São coisas que não se podem perder
Ali no escuro esperando uma mão amiga

São assim os dias em que as noites nos aquecem a alma
São assim os dias que ansiamos sem ansiar
São assim os dias que esperamos com calma
São assim os dias que nos fazem viajar

O calor da tarde
A falta de apetite
O apetite voraz na altura errada
O velho dos pacotes
Fruta atirada
Raiva canalizada
Mais uma luz
Mais uma marrada
Esta porta abria com chaves de ferro
Não tinhamos o cartão
A placa estava trocada?115?não?
O que aconteceu ali?
Faltavam as gémeas
O papel de parede
Mas tinhamos as motas
Tinhamos a andorinha
Tinhamo-nos a nós!!
Qual letra do Pedro Abrunhosa qual quê??
P.S. - É mesmo para a cantares como quando o dito senhor poeta, que eu entretanto gosto, declama! :)

BA

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

TU


Lembra-te...
Nunca te esqueças...
Olha bem no fundo...
Ouve as minhas palavras...
Sente-me...
Tudo...
Aquele tudo...
És TU...
E agora vem aquela parte em que não te deixo falar:)

PALAVRAS3PONTOS


E tudo porque recentemente me apercebi que tenho o hábito de colocar um ponto final no final do meu nome. Sim no final, escusado teria sido referir, mas como sempre tive uma relação mal resolvida com a pontuação...podia dar-se o caso de ser no meio...enfim...

Tenho especial atracção pelas reticências. Com elas tudo é possível, tudo é infinito, eterno e ao mesmo tempo termina quando a nossa imaginação assim o ditar, ou não, simplesmente dão-nos a possibilidade de deixar no ar. Deixar no ar é absolutamente maravilhoso, delicioso, lindo só de pensar nas possibilidades que nos passam logo pela cabeça.

Acordei a pensar em letras e palavras, rabiscos e peças, histórias e contos...coisas sem nexo, outras demasiado pequenas, outras impossíveis de resumir. Veio a pontuação, acho piada às pessoas que gesticulam as aspas, com os dois dedinhos de cada mão, imagino logo o ponto de interrogação, exclamação...nada com real interesse mas que de manhã pelos vistos preenche a minha mente.

Há quem goste de virgulas e mais virgulas, ainda me confundem mais as pessoas que fazem uso de ponto e virgula como se de um ponto final se tratasse, falo da frequência do uso, há também aquelas que colocam travessões...bem e por aí fora, há toda uma panóplia de símbolos estranhos aos quais fomos desde sempre habituados a usar, quanto a mim, como queremos.

Há quem argumente a pontuação, ou quem a defenda acérrimamente. Sim, já me aconteceu não perceber à partida algo por ausência de pontuação, ainda assim preferível à pontuação mal feita.

Não que exista uma correcta, mas como seres de hábitos cedo nos colocamos dentro das balizas convencionais.

- Pontuação?!...incorrecta; há quem o diga, mas citando X: "Blá...blá (...) blá."

Um pequeno exemplo do que eu não gosto de fazer.

Eu gosto de escrever, ler fluidamente e parar quando assim o desejar, voltar atrás se necessário para entender, e se tiver paciência talvez corrigir, não é assim que vivemos? É assim que eu escrevo, escrevo como vivo, escrevo como falo. Escrevo acima de tudo para mim, para alguém, essencialmente exponho passos de dança numa quase coreografia que até acaba por ficar bonita.

Mas não é a beleza que procuro, muito embora só consiga sobreviver a este caos rodeada dela, é a única coisa que peço, beleza. Não se precipitem com juízos de valor apressados ao associarem a beleza ao mundano...

O que eu procuro é a verdade das palavras, a verdade cobre-se de pureza e da nossa cor favorita, envolve-se de uma paz e de um amor infinitos, delicia-se com um doce sabor amargo, às vezes pica, às vezes faz sorrir.

A verdade no sentido literal de palavra, é/há só uma.

E só essa nos toca.

Para quê a pontuação...

terça-feira, 5 de agosto de 2008

PODES ARRUMAR O CP?



Obrigada:) E eu que não queria arrumar o Caderno Preto?:) ...

O primeiro de muitos a ver e rever, o primeiro a permanecer, partilhado, o nosso primeiro, na nossa primeira... Onde a primeira vez vai imperar. Temos o número 1 por nossa conta:) ... QUE MAIS PEDIR?

sexta-feira, 25 de julho de 2008

EQUAÇÕES


Equacionar uma vida sem amor, seria o mesmo que equacionar amor sem vida, não existe, até para os mais resistentes, os menos apaixonados, os menos fervilhantes e saudosos os mais desligados e alheados do mundo dos afectos...até para esses tem que haver um espaço de amor, um espaço nosso, um espaço onde exista espaço para carinho, para uma festa, para um olhar apaixonado que nos dá segurança e nos faz sentir abrigados das tempestades por que somos constantemente apanhados nesta vida tão incerta, tão mutante, cativante por isso capaz de enlouquecer o mais são pelos mesmo motivo.

É preciso saber amar para sermos amados, é preciso não só dar, mas saber o que se dá para podermos receber em troca. O amor é uma troca.

E o que pode prevalecer no meio de tantas palpitações, no meio de tantos anseios, de lágrimas por vezes derramadas e de decepções desprevenidas, é o respeito, não tanto aquele que já não conseguimos ter...que se desvaneceu juntamente com o desleixo impelido a uma relação. Falo do respeito a nós mesmos. Não sei o que é pensar em mim quando mo pedem, e geralmente mo aconselham, não sei se efectivamente consigo respeitar-me, mas respeito muito os meus princípios. Respeito os valores que somos capazes de defender até ao fim, mesmo que nos dilacerem o coração.

Sinto-me grande, sinto-me maior ainda quando em silêncio vivo a minha dignidade, a minha honra e me sinto em paz. Não sou perfeita. Também não sei se o gostaria de ser.

As pessoas existem na minha vida sem grande importância ou com importância a mais, nunca fui moderada, mas prezo e respeito o ser humano, e todos nós somos, todos nós temos direito a lutar por aquilo que desejamos, todos nós...enfim...temos direito a existir nesta existência cada vez mais definhada onde somos julgados nada ou muito pequenos simplesmente por acreditarmos que um dia as verdades virão ao de cima sem que para isso tenhamos que desbravar terreno, por acreditarmos que se não houver justiça humana a divina há-de encarregar-se de algo.

Justiça não é castigo, não tem a ver com maldade. A justiça para mim passa apenas por uma reflexão, por uma constatação de que erramos e de que talvez não possamos voltar atrás.

Nunca se pode nesta vida, é uma das condições que aprendemos, nos é imposta desde que nascemos, mas existe a redenção, o perdão...coisas nas quais não acredito, não as sinto...tenho dificuldade em assimilar, defeito meu? Prefiro chamar a esta particularidade de feitio. Jamais terei outro.

Quero dar de mim, quero dar o meu amor a quem o merece receber, quero respeitar-te como me respeitas, quero fazer-te sorrir e mostrar-me como realmente sou, quero-te...Quero encontrar a pureza contigo, não quero desviar o olhar mas seguir o teu, quero de uma vez por todas ser.


A ti que me fazes achar possível confiar em alguém, em ti Ba.

domingo, 20 de julho de 2008

SEMPRE A DANÇAR...

Sim...continuo a dançar, a dançar até à exautão, dançar até morrer.

Não hei-de rebolar no caixão, hei-de dançar! Deitada, sentada, com os pés na parede...seja onde for...eu estarei a dançar...

Sou daquelas pessoas que não haverá muito certamente a recordar um dia, mas se alguém se lembrar gostava que a visão fosse essa. Muitos terão que imaginar, a maioria diria...mas vejam-me a dançar, sempre...

sexta-feira, 18 de julho de 2008

EM TI...

Não resisti à substituição dos vídeos...não resisti a esta música, ou melhor a tudo o que lhe está inerente, ao que ela transpira e faz transpirar...

É para ti como tu sabes...É absolutamente mágico quando partilhamos esta música, supera-a, supera-nos...é lindo...

BA...

domingo, 29 de junho de 2008

ERA ESTA...

Era esta a música que silenciosamente e só para mim cantava de manhã. Foi ao som dela que timidamente os meus pés dançavam colados na parede.

Era esta Ba.

segunda-feira, 23 de junho de 2008

ROMEU E JULIETA

Silêncio porque sim.

Silêncio é a banda sonora que nos acompanha desde o ínicio e não nos abandonará nunca no fim.

Silêncio confirmador absoluto de palavras soltas.

Silêncio reafirmante de memórias presentes.

Silêncio tocado, silêncio sentido, silêncio falado, silêncio partilhado, silêncio até ao fim.

Silêncio porque sim.

Nada no meio. Transparência no meio. Talvez seja apenas e tão somente um vidro que nos separa de tantas coisas alcançaveis, que já vimos, que já imaginámos.

Basta partir o vidro. Simples parece. Até um simples vidro frágil, transparente se pode tornar na parede mais difícil de transpôr. Mas nunca ninguém diz impossível. Há e haverá para todo o sempre a possibilidade.

Afinal tudo e todos dependem unica e exclusivamente de nós e dos nossos vidros partidos, estilhaçados, inexistentes. Só temos é de querer fazer alguma coisa com eles. É mais fácil mantê-los, mantê-los limpos, mas não é o que dá sabor à vida.

E o que eu quero da vida, mais do que nunca é saboreá-la. BA.

segunda-feira, 16 de junho de 2008

GOSTO....SERENAMENTE

Serenamente ouço a tua voz, parece vir do fundo, mas vem de mais longe ainda, vem de dentro, das profundezas em que a tua alma se estende. Grandiosa.

Serenamente sorrio, sem pressas e sem medo que o sorriso termine...quando os lábios se tentam fechar, são obrigados a esboçar de novo um outro sorriso, ou uma gargalhada...porque sim, porque me fazes rir, sorrir...sempre...

Serenamente deixo que os meus olhos se fechem e contemplem o toque. Pensamentos vazios dos mais enriquecedores e quentes para a minha alma que já alguma vez tive preenchem a minha mente, que não raciocina por momentos, que não equaciona...apenas se deixa levar e se transcende.

Serenamente aprecio...aprecio o belo. Os pormenores tão pequenos e discretos que fazem de ti uma pessoa tão mágica. Mãos de mágico. Tocas em tudo com mistério e amor, e fazes-me sorrir novamente.

Vou caminhar, correr, sentir, tocar...fazer tudo, o tudo que quero fazer serenamente, apenas para não perder nada, uma única viagem, um simples devaneio, uma simples palavra tantas vezes quase que imperceptível...nada que a expressão facial não desvende a uma rapidez aliciante e alucianante.

Continuando...O texto Gosto... no meu, teu caderno preto, Ba!

CSI...:)

Vamo-nos rir um bocadinho, boas Ba?

Sabe tão bem rir de nós, rir dos outros (no bom sentido)...Sabe tão bem rir!!!

domingo, 8 de junho de 2008

BY


Escrever sem escrever.
Escrever sem falar...sem dizer nada...dizendo tudo, escrevendo tudo até ao mais infimo pormenor, porque é neles que está a tua magia, o teu encanto, o nosso mundo, tão pequeno e tão grande, tão longe e tão perto...afinal sempre esteve ali, afinal sempre esteve assim.
Rimos nos mesmos momentos, angustiámos ao mesmo tempo, lutámos sempre que o tivemos de fazer, culpámo-nos e chorámos no nosso canto, um canto pequeno no qual não parecia caber mais ninguém, um canto que depressa se iria expandir de tanto lá vivermos, um canto que já era o teu, que já era o meu e solitáriamente faziamos par a par e passo a passo as mesmas rotinas.
Imagino dois acordares, dois dias, um de cada um de nós, duas noites, uma de cada um de nós, um tentar adormecer, um conter de lágrimas...sempre em simultâneo, até na tristeza a harmonia nos uniu.
No desalento e na fraca esperança que temos em nós mesmos, nos juntámos... Coincidência?"Acaso"?Destino? O mundo a querer mostrar alguma coisa, a querer-nos acordar da dormência em que paralisámos já faz tempo, a querer-nos fazer ouvir na surdez desesperante as mesmas palavras sempre e todos os dias, a querer abrir os nossos corações grandes, mas desaprendidos, desejosos de amar, possuidores de um medo ofuscante que nos faz párar...
Em cada tristeza, em cada lágrima está um sorriso, mais forte que qualquer dor. Apenas temos que aprender a soltá-lo e a deixá-lo fluir na inevitabilidade de querermos estar.

sexta-feira, 30 de maio de 2008

AMELIE:)

De cada vez que ouço esta música, que ouço este piano, que revejo o filme na minha cabeça, que sinto esta Amelie dentro de mim e me revejo nela...iria certamente rever muito mais, se os meus medos não me escondessem tanto, não abafassem tanto a minha voz, não prendessem tanto os meus movimentos, não colocassem o meu coração numa prisão...tal é o medo de me magoar e de magoar, os dois grandes medos que persistem e que eu gostava de não os ter, que eu gostava de os perder, talvez até seria mais gratificante...perdê-los...

Tenho vontade de fechar os olhos e de dançar até à exaustão, de deixar as lágrimas correrem acompanhadas de um enorme e sincero sorriso, vai mais além de um sorriso e solta-se numa enorme gargalhada. Tenho vontade de fazer tanta coisa quando ouço esta música, mais ainda de sentir, espero vir a poder sentir ainda.

Porque é lindo demais quando se fala a mesma linguagem, quando não se precisa falar e apenas se comunica com um olhar às vezes fugidio, às vezes tão falador, às vezes tão sorridente, às vezes expectante, às vezes impossível de dispersar, impossível de ignorar.

O olhar vale isso e muito mais, reconforta a alma e aquece o coração. Intimida-nos de forma deliciosa e faz palpitar os nossos pequenos, grandes corações...que por segundos, momentos, pareciam mortos.

domingo, 25 de maio de 2008

CHUVA


A chuva é estranhamente triste, estranhamente desconcertante, estranhamente reconfortante, estranhamente assustadora, estranhamente meiga, estranhamente romântica.

Quem nunca se imaginou no sofá enrolado ao seu amor, a ver um bom filme num dia frio, cinzento de chuva?

Terminar o filme e permanecer ali sem horas, sem telefones...sem mundo lá fora, só o som da chuva a bater nas janelas?

Quem nunca experimentou deixar de se encolher e cerrar os olhos enquanto chove torrencialmente e simplesmente descontrair, deixar que a chuva nos molhe, molhe cada recanto do nosso corpo, dos nossos cabelos...sentir as pingas uma a uma, sentir as roupas coladas e ainda assim experienciar um prazer quase que viciante...porque por mometos não queremos saber de mais nada, se vamos ou não ficar doentes, se molhamos as roupas ou não...são raras as vezes que sentimos a liberdade de poder olhar para o céu, abrir a boca, esticar a lingua e sentir a chuva dentro de nós.


Experimenta:)

ZERO SEVEN

Gosto de ouvir está música, faz-me sentir calma e de alguma maneira possibilita-me entrar num sonho, no meu mundo dos sonhos.

Não sei porquê imagino sempre uma praia, não sei porquê sinto logo os meus pés enterrados na areia enquanto caminho à beira mar, regra geral cheia de frio...não sei porquê sinto o vento a despentear-me e vejo-me a desistir de o colocar certinho, até porque não gosto de nada que seja certinho demais, não sei porquê sei que não vou resistir à tentação das ondas, e não sei porquê faço-o sempre como se me estivessem a obrigar e eu não quisesse nada...não sei porquê sei que me vou sentar e fazer desenhos na areia ou até um tunel com pontes...sei que não é para a minha idade, mas não resisto, assim como não resisto a fumar um cigarro e a vê-lo ser consumido pelo vento e não por mim...sei que vou apanhar conchas e pedrinhas e que vou achá-las todas demasiado belas para não ficarem comigo, mas depois vou ter pena de algumas e achar que devem ficar ali, como se também elas sentissem e não se quisessem separar do mar...

Suspiro, respiro bem fundo e não consigo ter outra expressão na cara...a não ser um sorriso, talvez o mais meigo e feliz, mesmo que as lágrimas inevitávelmente escorram...

É bom demais estar na praia, sem ser no tempo dela...e bem acompanhada:)

VIDAS


Hoje acordei de manhã, o que para mim significa manhã e apetecia-me escrever, muitos temas surgiram na minha mente, talvez dessem bons textos ou bons desabafos...mas o que é certo, é que agora parece que tudo se esvaiu da minha mente. Sinto-me pequenina por várias razões, mas por me sentir pequenina, vou falar um bocadinho de mim enquanto pequenina, talvez o que menos importância tem, diante do que é sentirmo-nos perquenos, mas talvez o mais fácil de falar, embora não tenha tido uma infância particularmente fácil...mas não deixou de ser feliz...também já na altura se viviam momentos, mas eu ainda não sabia, talvez por isso não os soube digerir de forma a construir uma árvore mais forte e enraízada...
Resumindo:
4 Anos-chorava quando os meus pais saíam de casa, achava que não íam voltar mais. Geralmente ficava na janela a dizer o meu último adeus. Para contornar a situação ficava encarregue de coisas estúpidas mas que na minha mente asseguravam que eles regressassem, como ficar com a chave de casa.
A certa altura, a minha fasquia subiu...e ficar com a chave de casa já não me satisfazia muito, daí que decidi começar a preparar as refeições. Como tudo era preferível às minhas birras, a Tila (a ama) deixou-me fazer o almoço. Lembro-me como se fosse ontem, é impressionante, eu em cima de uma cadeira a colocar um peixe do aquário dos meus pais na frigideira. Foi a última vez que preparei refeições.
5 Anos-1.ªclasse, primária, colégio, freiras...humm...Na altura padecia de dois problemas muito graves quanto a mim: já sabia ler e escrever, algo que os meus pais ainda não tinham dado conta...não sei como aprendi, simplesmente já sabia...mais ler do que escrever...mas safava-me...o problema estava que ninguém da minha idade, pelo menos na minha turma o sabia fazer, então era impossível por mais que eu lesse fosse o que fosse que me pedissem numa tentativa desesperada de demonstrar que não estava a mentir, eles não podiam confirmar!!!
O segundo problema...era e fui completamente gaga até à 4.ªclasse, ou seja, demorava uma eternidade para dizer uma simples frase...a professora, ou melhor, a irmã, achava por bem mandar-me ler sempre a mim...relembrando mais parecia uma música com gargalhadas como refrão do que a leitura de um conto de fadas qualquer.
Em reunião, decidiram colocar-me na 2.ªclasse...só estava a perder tempo na primeira...lembro-me na altura do meu pequeno nariz empinado a abandonar a classe!Para passado umas semanas regressar...passava intervalos sozinha porque as brincadeiras não eram as mesmas.
De novo na 1.ªclasse...mas agora com uma postura completamente diferente, tornei-me numa criança, diria diabólica!:) Inventava histórias de terror e batia em algumas meninas...aquelas que não confirmavam serem as minhas melhores amigas nos vários interrogatórios que fazia semanalmente a cada grupo...bem...
9 Anos-4.ªclasse...da noite para o dia, literalmente, depois de consultar médicos e nada ter dado resultado, eis que acordo a falar com a maior das fluências...também não sei porquê, já que nos dois anos seguintes pouco falei...ciclo...eram raras as vezes que não ia a chorar para as aulas.
Os meninos eram maus...não entro em pormenores...e num ataque de fúria dei um estalo a um, o que eu mais temia, ele caiu, não foi pela força quero crer, deve ter escorregado. E enquanto eu me regozijava, o miudo sem eu dar conta levanta-se e sem eu dar por isso estava encostada à parede a levar o troco...oh!Chorei tanto...
Saltando 7.º, 8.º e 9.º Anos...porque aí haveria mesmo muito para falar. A brilhante aluna a matemática acha por bem seguir Economia...Passei de ano...mas não passei a matemática, como era mais do que óbvio...Felizmente ouvi as palavras do bro e resolvi andar um ano para trás...Humanidades foi a escolha.
Saltando 10.º, 11.º, 12.º Anos, demais para contar...não hesito em colocar Sociologia Coimbra como primeira opção, não sei bem o que é que eu queria provar e a quem, mas desconfio...
Um ano. Um mau ano. Um ano mau.
Mudar de curso, cidade...era urgente.
Viseu História.
Mestrado Coimbra.
Mestrado Viseu.
Indecisa?Nãoooo....

Mas o meu sonho mesmo era que naquela altura se tivesse feito luz na minha cabeçita e tivesse seguido Teatro, a minha verdadeira paixão:)

quinta-feira, 22 de maio de 2008


Não é um texto...

Não é uma afirmação...

Não é uma ironia...

Sim, é uma pergunta...

Existem acasos?


Curiosidade de uma pessoa que por sinal não é curiosa:)

É que a mim surgem-me mil respostas, complexas, cheias de ideias e de "se", e... Gostava de vos ler...
P.S.- A foto não é ao acaso :) Vou tentar não comentar...

terça-feira, 20 de maio de 2008

QUEDAS


É certo e sabido, digo, é do senso comum que todos nós vivemos num limbo, numa corda bamba ou espécie. Quem se acha seguro do amanhã, aliás do hoje, de tudo e de todos, e de especialmente dele mesmo...só me resta desejar muito boa sorte. Porque tudo é passível de mudar de um dia para o outro, minuto a minuto...vivemos e renascemos constantemente e às vezes das piores maneiras.

Sempre soube que a vida é um risco, e que todos os dias eu arrisco, arrisco-me a cair e a magoar-me a sério.

Já caí. Mas as quedas são sempre diferentes. Os ensinamentos dessas quedas igualmente...E quando pensamos que já não existe queda que nos possa magoar mais, eis que ela nos surge, nos confronta frontalmente sem dó nem piedade e exige de nós uma reacção, uma reacção rápida, de preferência que nos ampare a queda.


Desequilibrei-me e caí. Dia após dia, nesta fase de renascimento...dei-me conta que não tinha rede, nem uma simples almofada para amenizar a dor da queda desse lugar tão alto que é o amor.

Caí.

Resta levantar-me. Não sei se quero. Não sei ainda de que forma quero. Apenas sei que desisti.

Fica na memória que tenho de olhar para baixo mais vezes e ir preparando para uma eventualidade, uma cama que me conforte nestes momentos. Porque por enquanto estou apenas a conjecturar uma forma de construir uma rede. Acho que se chama a isso crescer.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

HÁ DIAS...


Há dias...
Dias assim deviam existir sempre...
Dias assim que não deviam sequer mostrar-nos a luz do sol...
Dias vazios, cheios, ocos, leves, suaves, duros, despidos, vestidos de cores, pintados com rabiscos...simplesmente são dias...
Num dia sinto-me eu...não sei se gosto, passo o dia a olhar-me por dentro, sempre com a infinita discrição que tanto me caracteriza e que eu cada vez menos a suporto. Olho e volto a olhar, vejo o que não quero, o que não queria, e aprecio silenciosamente a frustração do que gostaria de ser, acompanhada da dor de saber que jamais serei um ser diferente.
Num dia não sou eu...tento ocultar o meu eu e ser o meu oposto, o meu outro eu, que não existe e eu sei não existir, mas cobardemente sinto-o como um vento leve que me toca na cara, e agarro-o, e sorrio ao feio, ao que não gosto, ao que não quero, ao que me apetece gritar, expulsar das entranhas. Dura pouco...dura o tempo que eu quiser, que é nenhum.
Num dia sou uma desistente...quero desistir até do que não iniciei, quero dizer não quando ninguém quer ouvir um sim, quero fugir quando ninguém me quer agarrar, quero fechar-me quando não encontro uma porta para me trancar...as fechaduras estão estragadas, com ferrugem de anos e anos de vida aberta, assim como um livro que de tanto tempo ficar naquela página deixa de ser o mesmo, a marca fica, a marca ficará e para sempre...
Num dia inspecciono o passado para mudar o presente, mas esqueço-me que não tenho grande esperança no futuro e quando dou por mim luto a brincar, é uma luta "faz de conta", sei que não quero sequer ganhar...e fico paralisada como desde criança ficava.
Num dia olho ao espelho e vejo anos e anos passados, porque não é preciso sermos velhos, no sentido literal de palavra, para assim nos sentirmos. Tento perceber dentro do meu olhar o que poderia ter feito, ou fazer e até que ponto vou a tempo...é sempre tempo de morrer, mas para viver determinadas coisas há tempos.
Num dia vejo-me reflectida em montras, em espelhos de carros...e vejo uma pessoa feia, uma cara feia...uns olhos eternamente tristes, um sorriso difícil de ser algum dia um na sua plenitude. Sou feia e quero ser outra, e nas outras vejo beleza, mais do isso alegria de viver.
Tantos dias, tantos sentimentos num só dia...tantos estados de espírito...
Fica a certeza que temo ser injusta para com o meu Deus, de ser infantil para com os que me amam...de um dia olhar para o agora, e nem que esse dia seja amanhã e desejar ardentemente apagar com uma borracha todos os meus pensamentos, um a um, tudo o que invade a minha alma e que eu não falo, e que eu não grito...com medo.
Tenho medo.

terça-feira, 13 de maio de 2008

TRIBALISTAS

Se eu fechar os olhos e embalar-me nesta música, as recordações são tantas e tão doces, que só apetece sorrir, mais do que isso voltar para trás. É um desejo tão forte, tão sincero...que fico com inveja de mim mesma, de como e do quanto já fui tão feliz.

Regra geral punhamos a música para namorar:)

sexta-feira, 2 de maio de 2008

SE EU NÃO TE AMASSE TANTO ASSIM...


Meu coração sem direção
Voando só por voar
Sem saber aonde chegar
Sonhando em te encontrar
E as estrelas que hoje eu descobri no seu olhar
As estrelas vão me guiar


Se eu não te amasse tanto assim
Talvez perdesse os sonhos
Dentro de mim
E vivesse na escuridão
Se eu não te amasse tanto assim
Talvez não visse flores
Por onde eu vim
Dentro do meu coração

Hoje eu sei
Eu te amei
No vento de um temporal
Mas foi mais
Muito além
Do tempo de um vendaval
Dos desejos num beijo
Que eu jamais provei igual
E as estrelas dão um sinal

Se eu não te amasse tanto assim
Talvez perdesse os sonhos
Dentro de mim
E vivesse na escuridão
Se eu não te amasse tanto assim
Talvez não visse flores
Por onde eu vim
Dentro do meu coração

(Ivete Sangalo)

domingo, 27 de abril de 2008

CIARA - LIKE A BOY

A música que vou dançar em palco!!!!Rendi-me por completo ao hip-hop!!É lindo quando conseguimos expressar fisicamente uma letra que se sente e que se harmoniza com movimentos e muiiiiiiiiiiiita sensualidade!:)

CHEIROS


Tenho tanto para escrever, para falar, para soltar...a minha necessidade de evasão acumula-se dia após dia sem que o meu corpo se mexa, se sinta, se ressinta. Apenas vou guardando memórias cada vez mais vivas na minha alma, no meu coração. Memórias, recordações, palavras, gestos e promessas...coisas das quais não me consigo desligar nem por escassos momentos, o momento de uma gargalhada é rápidamente cortado com outra gargalhada interior de uma outra coisa qualquer. Sinto-me a viver uma vida que já foi a minha, a reviver e a tentar sobreviver a um presente que pode ser lindo, pode, mas na realidade acaba por não ser, tantos são os fantasmas que o consomem, as realidades passadas que o ocupam, os sentimentos de outrora que o perpetuam.
Às vezes acordo e luto, e quero lutar, e quero olhar para a frente como se o caminho tivesse começado aqui, com o devido amor dentro do meu coração que minuto após minuto se parece alimentar de falsas ilusões, e de esperanças infundadas. Mas depois...e foi o que me levou a escrever este texto agora, neste preciso momento...um cheiro, um simples aroma consegue destronar tudo o que conquistámos ou pensámos conquistar em semanas, meses até. E aí damo-nos conta que a nossa fuga não passa disso mesmo, de uma fuga, é também um processo, mas não é um processo que nos permita ganhar forças, amadurecer e acima de tudo ultrapassar de forma o mais possível positiva e sorridente o que tantas lágrimas já nos fez derramar. Damos conta que afinal estamos na estaca zero e que a casa continua por construir, aquela pequenina casa onde vamos guardar o sentimento para todo o sempre, sabemos onde ele está e como tal escusamos de andar sempre a revivê-lo, a procurá-lo e talvez a encontrar dentro da nossa organização, momentos desarrumados, dos quais ainda não fizemos o verdadeiro luto. Aquele que nos permite viver em paz.
Começar a construção demora, custa...e não se quer, não se quer...talvez o cheiro seja mais forte do que aquilo que um dia pudemos sequer imaginar.
Olhei para o frasco, não era de perfume...e ainda pensei em ignorar o pedido feito em voz alta no meu coração, mas não consegui. Abri a tampa, olhei, deitei todo o ar fora que tinha dentro dos meus pulmões e inspirei de olhos bem cerrados...que maravilha...vozes, risos e sorrisos, palavras, dias, calor, cansaço, fome, um beijo, um banho...uma série de imagens passaram a mil mesmo diante de mim, imagens da minha vida e de cada vez que aproximava o nariz a história continuava e se não me tivesse olhado ao espelho e ter tido pena de mim mesma, teria certamente ficado ali o resto da noite.
Acho que tão depressa não me esquecerei da cara que vi reflectida no espelho, uma cara que não era a minha, uma expressão que eu já não me lembro de fazer, de ter, um sorriso, um sorriso que só consigo descrever como estúpido e que lentamente me levou a um choro silencioso, ainda que compulsivo, só de pensar no estado a que as pessoas chegam.

sexta-feira, 18 de abril de 2008

CAMALEÓNICA??











Vai uma votação?:) Não consigo ficar muito tempo igual, cansa-me, entedia-me...e cometo pequenas loucuras que também me satisfazem por pouco tempo, aliás como tudo na vida. Acho que o meu aspecto é o lado mais visível da minha impaciência com a vida. Como ela não muda, ou parece não querer mudar, mudo eu!!Mas só por fora...Ao olhar estas fotos, vejo uma pessoa diferente em todas elas...não, não tenho várias personalidades...estranho, mas vai-se entranhando até acordar com uma nova ideia, que entretanto não sei se é bom, ou se é mau, tenho coragem de colocar sempre em prática!Qual será o meu novo look, neste momento, nenhum dos que aqui estão... Qual virá por aí?Hummm...

segunda-feira, 14 de abril de 2008

LIFE...QUERO


Quero deixar de procurar incessantemente por respostas que justifiquem a minha vida e os acontecimentos que a têm preenchido, tanto os bons, como os maus.
Quero deixar de fazer eternas retrospectivas ao meu mais intimo, ao meu passado na tentativa desenfreada de arranjar uma culpa minha, a minha falha, onde residiu o meu erro que originou danos tão grandes.
Quero entender de uma vez por todas a frase que ouço constantemente "segue com a tua vida para a frente", não só quero entendê-la como quero colocá-la em prática.
Quero deixar para trás os fantasmas que um dia me atormentaram e atormentaram quem um dia me amou e discernir que o passado é passado e nele não posso tocar, e que o presente é para ser vivido.
Quero sentir-me livre mas em paz, e não sentir a necessidade de justificar todos os meus actos, que entretanto têm sempre compreensões distintas, ambíguas e regra geral nada têm a ver com a realidade.
Quero deixar de sentir necessidade de provar quem sou, e o que sinto, e por quem.
Quero esquecer que as opiniões alheias existem, e aprender a lidar com elas com a indiferença que lhes é merecida.
Quero viver de cabeça erguida, sem medo de assumir os meus erros, mas também com a leveza de saber viver com eles, e de acima de tudo desdramatizá-los.
Quero-me sentir orgulhosa por mim e pela sinceridade que sempre tentei imprimir à minha vida independentemente das consequências da verdade.
Quero muito, mas mesmo muito parar de sofrer de uma vez por todas por tanta especulação, por não perceber o que se calhar não é para perceber e não tem justificação que se resuma a uma linha linear e clara.
Quero acreditar que a vida continua e que a felicidade pode estar à espreita ainda em qualquer outro lugar.
Quero deixar de ter pena, pena de nós, pena de mim, pena do que poderia ter sido, do que poderia estar a ser...estou cansada de pensar que tudo isto é uma pena e que só acontece por minha culpa...porque não fiz isto, porque não disse aquilo, porque não abdiquei de não sei o quê,porque não fui demasiado persistente...
Tantos "tantos", tantos porquês, tantas culpas, tantas indecisões, tantos "se", tantos "e agora?", tantos "como?"...
E eu? Onde é que eu estou? Onde é que eu fico? Serei eu uma pessoa tão miserável, que de resto é o que me ocorre mesmo, que mereça tamanha auto-culpabilização?
Serei culpada do meu fracasso, ainda que tenha sido uma bola de neve de acontecimentos que me levou a ele literalmente, a qual eu por amor não fui capaz de travar? Ou será apenas o destino e as coisas acontecem porque têm de acontecer?
Algo termina, para algo começar?
Quero salvar-me e preciso muito de mim.
Rita onde estás tu. Encontra-te. Encontro-me. E vou ficar por aí, comigo.

domingo, 13 de abril de 2008

CONTINUAÇÃO BOOK (3)


....tinha delineado, e não pretendia ser de outra forma. Estar com aquelas crianças, dar-lhes o seu melhor, o seu amor e sua alegria, que às vezes só sabe Deus onde a vamos arranjar, realizava-a enquanto pessoa, enquanto ser humano.
E naquele dia que sorria lá fora decidiu levar as crianças para o jardim, para apanharem sol, sentirem a brisa e os cheiros da natureza. Tinha preparado uma aula diferente, como sempre foram.
Sabia que a única maneira de os manter sossegados, ou pelo menos mais quietinhos era cativá-los com algo que não conhecessem, ainda que pudessem não perceber ela sabia que iriam ficar a pensar e iriam criar as suas próprias histórias, imprimir as suas fantasias a personagens que achassem caricatas…Depois de os reunir em circulo, todos sentados…
-Hoje vou-vos contar uma história! Boa! Mas aviso-vos já que não é uma história qualquer…é uma lenda! Alguém sabe o que é uma lenda? Levantem os bracinhos!
-É uma história mentira!
-É uma história que se conta às crianças para elas terem medo e para comermos tudo!
-O meu pai de cada vez que a minha mãe me obriga a comer a sopa fala-me do papão. Acho que a lenda é o papão!
-Não é nada! A lenda é pessoas velhas que contavam histórias velhas!
-Bem estou a ver que vocês andam muito informados! E mal! Então agora quero que prestem muita atenção e ficarão a perceber o significado de “lenda”! Sim? Preparados?
Vamos a isso…
Era uma vez uma pequena pastora. Certo dia enquanto andava com os seus animais a passear pelos campos descobre uma gruta e dentro dessa pequena gruta, qual não é o seu espanto quando encontra uma estátua de Nossa Senhora. Mal se aproximou dela, achou-a muito bonita e depressa a agarrou, e esta passou a ser o seu brinquedo e a sua companhia favorita.
Um dia, a mãe estava já farta de a ver brincar com o que parecia ser uma boneca que, numa discussão, agarrou-a e atirou-a para dentro da lareira. A menina ao ver isto, em pânico, correu de imediato atrás da estátua conseguindo tirá-la das chamas. Por incrível que pareça, mesmo com as chamas, a estátua ficou intacta, não estava nada queimada, nem partida, parecia que nem tinha sido atirada para uma lareira! Só podia ser milagre, e um milagre que rapidamente se espalhou por toda a aldeia, todas as pessoas falavam da estátua que tinha sobrevivido intacta às chamas do fogo, acreditavam mesmo que poderiam estar diante de um milagre e foi então que decidiram colocar a estátua da Senhora numa Igreja decente, e assim foi. Mas algo muito estranho aconteceu… A estátua pouco tempo depois desapareceu, sem ninguém perceber como e porquê. Depois de muito a procurarem encontraram-na onde?
-Foi a menina! Foi ela!
-Não, calma…ouçam…
Encontraram-na na gruta onde a pastorinha a vira inicialmente.
Depois de mais algumas tentativas, de tentarem colocar a estátua em locais mais bonitos, onde todos a pudessem ver, descobriram que a estátua parecia ser milagrosa e desaparecia sempre, aparecendo de novo na gruta. A estátua não parecia querer mudar de casa e foi aí que se lembraram de construir uma nova capela, desta vez no sítio que a estátua tanto parecia gostar.
Desde aí, a estátua não desapareceu mais e ainda hoje o penedo encontra-se intacto dentro das paredes da Igreja.
À volta desse penedo surge depois uma nova lenda, era um penedo grande mas que escondia uma passagem estreitinha, daquelas passagens em que parece que nunca cabemos, o estranho é que todos a conseguem passar por mais gordos que sejam, por mais barrigas gigantes que tenham.
Por não se entender muito bem o porquê de até os mais gordos conseguirem passar num sítio tão estreito, o povo diz que todas as pessoas de boazinhas, que fazem o bem aos outros conseguem passar, independentemente de serem gordas ou magras; só não passam os pecadores.
-Outra curiosidade, sabiam que na sacristia existe um réptil embalsamado? Conhecido como o Sardão da Lapa, algo estranho para se guardar numa Igreja. Ou não! Diz uma nova lenda que um homem, possivelmente na Índia, teve um encontro furtivo com aquele feroz animal. Em pânico, gritou pela Nossa Senhora e esta salvou-o, e como recompensa, como forma de agradecimento por a Nossa senhora o ter acudido, ele resolveu embalsamar o animal e trazê-lo até ao Santuário em Portugal, como prova do seu profundo agradecimento.
-E que tal gostaram? Ficaram a perceber o que é uma lenda?
-Sim! Sim! Conta mais!
-E era um crocodilo daqueles grandes e maus?
As questões não cessavam…Ficaram muito excitados com a história, queriam saber mais, havia aqueles mais desconfiados que remodelavam a história em três tempos de forma enigmática como se estivessem a resolver um crime…a mente das crianças voa, não tem medo de cair…Estava a ficar escuro, frio e era altura do lanche e embora ela mantivesse sempre um sorriso nos lábios e uma ternura incansável estava se ser...



Continua...