terça-feira, 31 de outubro de 2006

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Estar ao teu lado é como estar junto a uma fogueira, numa noite de chuva em que o vento arrefece os nossos corpos…
Sentir a tua voz é como beber um bom vinho quente, suave, que reconforta a minha alma por vezes perdida, por vezes sozinha…
Quero amar-te quando me amares, unidos num só abraço, como que fundidos num só ser, num só corpo, numa só alma.
Dançarei contigo ao som do nosso piano, das nossas cores, da nossa respiração e serei tua até o sol nascer…
Esperarei contigo o tempo que for preciso até uma nova maré nos inundar, até nos perdermos do resto do mundo, das pessoas, de tudo o que até agora estivemos ligados mesmo que pouco.
Não vai haver mais ninguém…vai ser o nosso sono mais profundo, mais bonito…
Eu só queria que ficasses…me olhasses, me amasses.

Mas quem disse que o amor não é feito de lágrimas? Lágrimas de saudade quando tiver que te deixar só, quando tiver que acordar sem te ter a olhar para mim como se um anjo fosses.

domingo, 29 de outubro de 2006

IDA AO TEATRO...


Princípio. Meio. Fim.
Quem disse?
Porque eu acho que uma história tem de ser demasiado boa para o ter, prefiro deliciar-me com o "makes no sense" da vida, das histórias.
O sentido simplesmente não existe, não tem de existir, pelo menos enquanto fizermos parte deste mundo, enquanto respiraramos, depois disso tudo é possível, até lá, o sentido das coisas é o que nós quisermos que seja.
Talvez a angústia da maioria dos comuns mortais advenha mesmo daí, de não encontrarem razões, de não encontrarem o tal sentido...angustia-me mais procurá-lo, e quem sabe até mesmo encontrá-lo.
Não quero. Não quero quebrar a magia de não saber o que aqueles que sabem o que querem dizer dizem, tal como não quero que descubram o que eu quero dizer quando realmente digo.
Quando não há princípio nem meio nem fim, tudo pode ser reinventado, por nós, e as histórias deambulam ao sabor da nossa imaginação, nada acaba mal quando não queremos.
A possibilidade de fazermos parte integrante de um jogo que não é o nosso, de fazermos o nosso próprio fim, ainda que fictício...aqueles que nos conseguem proporcionar o mistério das nossas vidas, aqueles que com um objectivo inseguro nos dão certezas de que as histórias existem e de que não precisam de ter qualquer conteúdo para serem belas, merecem os meus aplausos...e de pé...e foi assim ontem quando vi pela segunda vez a "peut-être".

quarta-feira, 18 de outubro de 2006

RIO

Fui bem longe até ao fundo do mar, parecia-me o som das tuas ondas, o cheiro da tua alma, a cor do teu corpo, ondulante naquela noite ao luar…mas era o vento…gélido, arrepiante ao respirar, suave a deslizar na tua imensidão, na tua brancura inconfundível que só de olhar dá vontade de amar.
Aquela luz que cegava os meus olhos, o teu olhar, só o teu olhar me poderia cegar, não te vi, não te senti, preparava-me somente para entrar noutro vazio…o de não conseguir amar.
Ser naquela plenitude que só tu um dia enalteceste, por escassos minutos, por infinitos momentos, o meu coração voltou a viver…voltou a morrer…voltou a ser…foste como o sol, naquela brisa que te puxa, que te traz, mas insiste em não te deixar ficar.
Talvez os tormentos que me atormentam sejam sonhos que não consigo deixar de sonhar…as lágrimas que me vão acolhendo sem parar, e eu rio como um rio, que não quer deslizar mas que não consegue parar.

terça-feira, 10 de outubro de 2006

LUAR...



Numa noite ao luar confessei os meus sentimentos
a uma estrela…a uma estrela que pairava no ar.
Cresci e sorri numa noite escura e fria,
mas que com o teu abraço, se tornou quente e única,
uma noite que eu não vou esquecer, que prometo
recordar ao olhar os teus olhos, ao olhar o meu coração
tão frágil quanto apaixonado.
Um toque nos teus lábios, nas tuas mãos,
foi a brisa que me levou, foi o vento que me tocou,
foi a lua que me conquistou…
Caminho nas tuas folhas secas e sofridas, interrompo
o teu destino, apago a tua sombra, e numa chama
de fogo tão esperado por ambos, unimos nossos corpos
gélidos e trémulos, numa noite…
Numa noite ao luar.
O teu beijo, o teu cheiro, as tuas mãos apertam-me
e asfixiam-me num sonho que jamais parece acabar.
Como duas vidas ao sabor de uma maré mal definida,
se uniram, numa luta incógnita do não saber até onde ir,
até onde chegar, até onde amar…
Fecho os olhos ao futuro, e tento neste momento agarrar
o que me dás, o que me fazes sentir…
Num mundo onde é impossível viver, sobreviveremos,
tenho a certeza, aos obstáculos que por certo em breve
surgirão, nem que não seja apenas com o sorriso,
com um sorriso de recordação.

P.S.- Acho importante referir que tinha 15 anos quando escrevi este texto.