sexta-feira, 29 de junho de 2007

SAUDADE


Saudade. Quem nunca sentiu saudade. Saudade de alguém, saudade de um lugar onde já fomos felizes. Saudade daquela música que nos fazia mergulhar profundamente num oceano de sonhos, lembranças, cheiros e palavras que nunca foram desditas, outras que nunca chegaram a ser cumpridas, outras tantas que naquele momento gostariamos de ter ouvido, mas o silêncio preencheu a razão, a música terminou.
E a saudade que se sente da infância, do mundo em plena construção que tinhamos pela frente, afinal tudo esteve sempre nas nossas mãos, afinal sempre fomos só nós, e quando não o fomos? Saudade do que poderiamos ter sido.
É possivel sentir saudades do nada, de nada...sabemos que é de algo, mas não sabemos de quê, não conseguimos materializar, mas o sentimento é o mesmo, não se depersonaliza, não se desvirtualiza, está lá, e o nosso coração, o nosso maior confidente bate de saudade.

quarta-feira, 27 de junho de 2007

VENTO...


Desde pequenina que sempre gostei do vento. Podia fazer chuva ou sol, desde que houvesse vento o dia seria perfeito.
O vento é perfeito, podemos senti-lo no cosso corpo e deixarmo-nos embalar em sonhos profundos e sorridentes, podemos cheirá-lo e sentir a terra dentro de nós, podemos voar e deixar que seja ele que decida por nós, deixar que nos encaminhe ou nos mostre o caminho, podemos vê-lo nos ramos gigantes de árvores inquietas que abanam como se um adeus nos dissessem, podemos vê-lo nos cabelos que teimam em nos tapar a cara, nas saias que esvoaçam...em tudo o que estava preso e passa a ser livre, passa a ocupar outros espaços, outras mãos.
O vento é algo que sem se tocar nos toca, é algo que aparece e desaparece sem por isso darmos conta, só surge quando lhe apetece, num misto de vontade própria e orgulho só passa por onde lhe convém.
O vento é como as pessoas mais importantes das nossas vidas, não o precisamos de ver, não o podemos prender ou guardar em qualquer caixinha ou masmorra para sempre, não podemos exigir a presença dele, não podemos afastá-lo quando assim bem queremos...O vento é como as pessoas mais importantes das nossas vidas, não o precisamos ver...mas está e estará sempre lá, nunca deixará de existir e nunca o esqueceremos. E quando ele regressa acabamos sempre por abraçá-lo mesmo que tenhamos a consciência plena de que ele irá embora, de que ele tem uma vida própria, de que não podemos ser donos dele, e de que acima de tudo, antes de nos tornarmos dependentes dele, já sabiamos que isso seria apenas imaginação nossa. Ele avisou-nos. E nem precisava.

quarta-feira, 6 de junho de 2007

SEM TITULO


O que se faz quando depois de escrever um grande texto, uma simples tecla o anula? Voltar a escrever o mesmo em busca das mesmas palavras que nos saíram não sabemos bem como? Escrevê-lo melhor? Como? O nosso melhor texto, as nossas melhores palavras são aquelas que nos surgem no momento, naquele instante, o texto que a estranha tecla em que cliquei sem querer anulou, já faz parte do passado, já não existe em mim, já não faz sentido. Porque tudo na vida tem prazos de validade, e em algumas coisas é ultrapassado numa questão de
minutos.
Agora não saberia escrevê-lo, saíria algo de formal, uma constatação, um texto quase que científico, quando o que eu mais gosto é de divagar.
Mais de metade do que escrevo, para além de não ter sido pensado nem com um minuto de antecedência, não tem qualquer sentido, ou melhor, faz mais sentido para quem lê, do que para mim que escrevo, e a escrita sai-me do coração, talvez daquelas profundezas da alma que não se falam, que não se querem ir buscar para as não tornar ainda mais verdadeiras no nosso pensamento. Porque a verdade às vezes é penosa. Porque a verdade é quase sempre constrangedora. Porque não queremos ouvir a verdade. Talvez seja por isso que todos nós sem excepção viva uma grande mentira, para a qual todos os dias contribuimos de forma positiva até se tornar na verdade que queremos ouvir.
O ser humano tem pouco, ou quase nada de racional, só o facto de termos sido nós a fazermos a distinção do racional/irracional, diz tudo, somos suspeitos à partida. Ninguém gosta de diariamente constatar as limitações do nosso cerebro. Cada vez menos acredito nas pessoas, cada vez menos acredito em mim. Cada vez mais idealizo um mundo que não existe e que sei que não vai existir, talvez seja esta minha consciência que me separa dos ditos loucos, e não sei se ainda bem. Pelo menos os loucos acreditam na sua loucura e não na dos outros e normalmente não puxam os outros para a sua loucura, vivem-na intensamente sozinhos, mas vivem e vivem bem.
Para mim um louco é uma pessoa demasiado sensivel para aceitar viver neste mundo, e na impossibilidade de o mudar, muda-se a si próprio e nesse seu mundo alheia-se do que o sempre magoou e alegra-se com o que a vida tem de bom para lhe oferecer. Sempre quis acreditar que os loucos são mais inteligentes do que os ditos normais, no fundo a loucura é a sanidade levada a um extremo tão grande que nós os ditos normais, os ditos racionais não suportamos e vivemos assim na maior loucura, no epicentro da loucura.
Nós já não somos nós há muito, não sei bem desde quando, acho que varia de pessoa para pessoa, mas de certo cada vez mais cedo deixamos de o ser. Todos nós o sabemos, todos nós o negamos, todos nós nos desculpamos com o facto de a vida ser assim mesmo. Questiono-me será que é?
Às vezes tenho a sensação de estar a ser comandada por outros tantos. Sinto-me fraca por isso. Vou tentar sntir-me forte comandando outros tantos. É um ciclo sem fim que só termina com sobreviventes e nada mais.
E ía eu falar de insónias e do que nos passa pela cabeça quando os olhos teimam em não fechar e ficam obcecados com a escuridão do quarto, onde nada se avista, onde tudo se vê...Mas talvez não tenha sido esse o destino e o clique proveniente das minhas mãos pouco precisas levou-me a falar sobre não sei bem o quê, palavras sem título que o meu coração foi ditando, mas talvez palavras que me apeteciam dizer, escrever.

terça-feira, 5 de junho de 2007

DAVE MATTHEWS BAND - LOVER LAY DOWN


Spring sweet rhythm dance in my head,
And slip into my lover's hands
Kiss me, won't you kiss me now?
And sleep I would inside your mouth

Don't be us too shy,
For knowing it's no big surprise that
I will wait for you
I will wait for no one but you

Oh please lover lay down
Spend this time with me,
Together share this smile
Lover lay down

Walk with me, walk with you
Hold my hand your hands
So much we have dreamed
And we were so much younger
Hard to explain that we are stronger

A million reasons, life to deny
Let's toss them away
See you and me we
Lay down, look see,
She and he
By my lover's side,
Together share this smile,
Each other's tears to cry
Together share this smile
Lover lay down

Oh please, lover lay down
Oh please, lover lay down
And you weep...
Lover lay down...
Cause it's over...
Lover lay down

Say lover, say lover, say lover, say lover, say lover,
Could I love you could you love me?
Could I love you could you love me?
Could I love you could you love me?
Could I love you could you love me?

Darling, it's all the same
All the same
All the same
All the same...
'Til we dance away

Chasing me all around
Leading me all around in circles
Chasing me all around
Leading me all around in circles
Say...

Não tocaram esta :(