sexta-feira, 29 de junho de 2007

SAUDADE


Saudade. Quem nunca sentiu saudade. Saudade de alguém, saudade de um lugar onde já fomos felizes. Saudade daquela música que nos fazia mergulhar profundamente num oceano de sonhos, lembranças, cheiros e palavras que nunca foram desditas, outras que nunca chegaram a ser cumpridas, outras tantas que naquele momento gostariamos de ter ouvido, mas o silêncio preencheu a razão, a música terminou.
E a saudade que se sente da infância, do mundo em plena construção que tinhamos pela frente, afinal tudo esteve sempre nas nossas mãos, afinal sempre fomos só nós, e quando não o fomos? Saudade do que poderiamos ter sido.
É possivel sentir saudades do nada, de nada...sabemos que é de algo, mas não sabemos de quê, não conseguimos materializar, mas o sentimento é o mesmo, não se depersonaliza, não se desvirtualiza, está lá, e o nosso coração, o nosso maior confidente bate de saudade.

1 comentário:

Maria Cota disse...

A saudade é a mais eloquente expressão da imensidão deste mar da língua portuguesa!
E senti-la, um privilégio. E saber defini-la, um autêntico milagre.
Triste de quem nunca se deixou consumir pela sua força colossal que arrasa tudo, mas que purifica, no final!

Beijinhos muitos!
Mary