quarta-feira, 18 de outubro de 2006

RIO

Fui bem longe até ao fundo do mar, parecia-me o som das tuas ondas, o cheiro da tua alma, a cor do teu corpo, ondulante naquela noite ao luar…mas era o vento…gélido, arrepiante ao respirar, suave a deslizar na tua imensidão, na tua brancura inconfundível que só de olhar dá vontade de amar.
Aquela luz que cegava os meus olhos, o teu olhar, só o teu olhar me poderia cegar, não te vi, não te senti, preparava-me somente para entrar noutro vazio…o de não conseguir amar.
Ser naquela plenitude que só tu um dia enalteceste, por escassos minutos, por infinitos momentos, o meu coração voltou a viver…voltou a morrer…voltou a ser…foste como o sol, naquela brisa que te puxa, que te traz, mas insiste em não te deixar ficar.
Talvez os tormentos que me atormentam sejam sonhos que não consigo deixar de sonhar…as lágrimas que me vão acolhendo sem parar, e eu rio como um rio, que não quer deslizar mas que não consegue parar.

2 comentários:

orianah disse...

Mais um texto absolutamente fantástico!
É uma delícia ler-te!:)

motormotor disse...

Apaixonei-me