Questiono-me vezes sem conta onde qualquer escritor, ou com pretensões a tal, vai buscar a dita inspiração. Às vezes nada sai, há dias de bloqueio interior, a alma não quer falar, talvez seja o momento em que sabemos mais de nós, o momento que fazemos luto, o momento de silêncio profundo e doloroso, que não deixa uma única lágrima correr, seria bom conseguir deixar-me chorar, mas quando a mágoa dilacera o nosso coração, o choro acaba por não ser nada em comparação com o que estamos a sentir...
Quantas vezes pego na caneta e a mão treme, não quer desenhar uma única letra, faz rabiscos que preenchem a irritação do vazio, do papel branco, inócuo...
Um dia o escritor António Lobo Antunes, respondeu-me a esta questão da inspiração de uma forma simples, que ao ínicio achei que em nada me ia ajudar, mas também só mais tarde me apercebi que a realidade, a verdade, não é só por si um garante de salvação. Não vou citar, tenho medo de não ser precisa, mas o que aquele senhor que transpirava paz de alma, juntamente com o cheiro de Ventil, me disse, foi tão somente que nem sempre se tem inspiração, mas quando se quer escrever esta tem que se trabalhar, tem que surgir, nem que isso signifique horas à volta de um parágrafo de duas linhas.
Parece simples...mas exige reflexão, exige lógica, exige beleza, não natural, mas criada, com todo o mérito que possa ter, e tem.
Mas quando há inspiração...quando as palavras soltas se cruzam em encruzilhadas labirinticas, com saídas fáceis, obstáculos difíceis, e nos fazem suspirar, suspirar de amor...tudo muda...
Porque tudo reside nesse lugar obscuro, não explicável, completamente irracional, que nos proporciona sensações...ridículas...ridiculas...mas absolutamente deliciosas invejáveis...
Só para amar a inspiração é desnecessária, talvez porque seja qualidade inata de quem ama verdadeiramente.
Quantas vezes pego na caneta e a mão treme, não quer desenhar uma única letra, faz rabiscos que preenchem a irritação do vazio, do papel branco, inócuo...
Um dia o escritor António Lobo Antunes, respondeu-me a esta questão da inspiração de uma forma simples, que ao ínicio achei que em nada me ia ajudar, mas também só mais tarde me apercebi que a realidade, a verdade, não é só por si um garante de salvação. Não vou citar, tenho medo de não ser precisa, mas o que aquele senhor que transpirava paz de alma, juntamente com o cheiro de Ventil, me disse, foi tão somente que nem sempre se tem inspiração, mas quando se quer escrever esta tem que se trabalhar, tem que surgir, nem que isso signifique horas à volta de um parágrafo de duas linhas.
Parece simples...mas exige reflexão, exige lógica, exige beleza, não natural, mas criada, com todo o mérito que possa ter, e tem.
Mas quando há inspiração...quando as palavras soltas se cruzam em encruzilhadas labirinticas, com saídas fáceis, obstáculos difíceis, e nos fazem suspirar, suspirar de amor...tudo muda...
Porque tudo reside nesse lugar obscuro, não explicável, completamente irracional, que nos proporciona sensações...ridículas...ridiculas...mas absolutamente deliciosas invejáveis...
Só para amar a inspiração é desnecessária, talvez porque seja qualidade inata de quem ama verdadeiramente.