domingo, 16 de março de 2008

O NOSSO CONTO DE FADAS


Há muito, muito tempo, existia um reino mágico, repleto de castelos e de casas pequeninas; de campos verdes e florestas sombrias; de príncipes encantados e terríveis vilões... No final desse reino erguia-se um enorme precipício. Contavam-se muitas histórias assustadoras acerca desse precipício, e nem mesmo os dragões se atreviam a aproximar. Só um pequeno menino costumava lá ir, sentando-se numa daquelas rochas frias e ficando a observar o horizonte.
Certo dia, o menino decide levantar-se e dar um passeio. O céu estava muito escuro e a chuva não parava de cair, mas havia algo que o obrigava a continuar, o obrigava a percorrer um caminho até então desconhecido. Ele andou horas a fio, ora caíndo nas poças de água, ora fugindo delas...até que, de repente, algo despertou a sua atenção, um brilho intenso saía por entre as silvas! Num misto de espanto e de medo, ele foi-se aproximando com todo o cuidado, até perceber finalmente o que era: uma pequena caixinha, ainda fechada, e contendo as iniciais do rei. O que faria aquilo ali? - pensou ele.
Será que era um pedaço de lixo que o rei tinha simplesmente deitado fora? Ou talvez ele a tivesse perdido sem querer?!?
Não resistindo mais à tentação, pôs de lado todas as interrogações e decidiu abrir a caixa. O que viu deixou-o perplexo: a mais linda borboleta alguma vez vista, tão colorida como qualquer arco-íris.
Nesse mesmo instante, e como que por magia, o sol irrompeu por entre as nuvens, de tal forma que nem a chuva se atreveu mais a cair.
Desde aquele momento, tudo mudou na sua vida.
O menino passava horas e horas somente a observar a borboleta. Dedicava-lhe toda a sua atenção, sonhava com ela, contava-lhe os seus segredos... Tudo parecia perfeito, lindo, e mesmo quando tinha algum problema, bastava olhar para o sorriso da borboleta para que tudo melhorasse.
Aos poucos, porém, ele começou a compreender que não era justo da sua parte manter a borboleta fechada naquela caixa durante mais tempo. É verdade que a borboleta parecia estar tão feliz quanto ele, mas será que era mesmo assim? Ou será que voava para bem longe, quem sabe até se não mesmo para junto do rei novamente?
Foi então que o menino chegou a uma conclusão: a única coisa realmente importante era a felicidade da borboleta. Se ela fosse feliz, ele também seria feliz. E se essa felicidade implicasse perdê-la para sempre, então assim fosse.
Num gesto decidido, olhou uma vez mais para o sorriso da borboleta, e abriu a caixa...


Foste tu que escreveste, foi de ti para mim, e agora é de mim para
ti...

1 comentário:

Anónimo disse...

lindo. linda. obrigado